terça-feira, 18 de maio de 2010

História Comum


Ele jogava na retranca
Ninguém sabia o seu itinerário
Pois ele tinha vergonha
de mostrar a fragilidade
que escondia a todo custo
em nome de uma fachada
que sempre ruia de noite
no fundo mágico do quarto.

Mas um dia o despertar atrasou
e todos souberam o resultado do jogo
nos copos, na cabeceira,
no álcool perfumando o quarto
Todos souberam o resultado
no veneno revólver do lado
Todos leram, viram o retrato.

Mas na tarde, que antecedia à noite,
ninguém sabia o que ele era,
ninguém viu seu coração tão frágil,
bêbado batendo doido
sua vontade, seu fogo
Ninguém percebeu
que ele fazia versos
e cantava quieto
pra ninguém do lado.

Ele jogava na retranca.

de Cristina Ribeiro

Um comentário:

  1. Hello Christina ,
    A little change from facebook , in the morning i m just wake up and leason to your voice make me in good mood ...BEIJOS ♥

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